Em declarações à imprensa, e sem referir a safra prevista, João Cunha informou que o país registou um período longo de estiagem que afectou todas as culturas, incluindo a de café, contrariando o aumento dos níveis de produção do ano anterior (2020), que cifrou em 38 por cento, correspondente em seis mil e 50 toneladas de café comercial, contra as 4.369 do ano anterior (2019).
O responsável asseverou que, apesar dessa situação, dada a necessidade contínua do processo de renovação das plantações de café, um dos eixos a que o Ministério da Agricultura e Pescas se dedica com “grande importância” é a produção de mudas.
Nesse quesito, continuou, foram produzidas no presente ano 350 mil mudas de café das espécies robusta e arábica, contra as 240.460 do ano anterior.
O director geral adjunto do Instituto Nacional de Café de Angola (INCA), para os Serviços Técnicos, José Mainga, precisou que em função da estiagem que, além da safra, afectou sobretudo a floração das plantas, o grão será mais fino e com baixo peso.
Segundo o director, a safra que se esperava era de cerca de seis mil toneladas.
O país, informou, continua a registar níveis baixos de produção de café, cifrando numa média entre 300 a 350 quilogramas por cada hectare, facto que pode ser invertido com um investimento forte em tecnologias de produção.
Sem revelar o número de produtores e de fazendas activas no país, José Mainga, apontou a existência de três categorias de produtores de café – familiar, pequenos empresários e empresários de grande porte, que usam tecnologia para a produção.
A abertura campanha nacional da colheita do café decorreu na fazenda “M.C e Filhos”, localizada no sector de Cacanga, cerca de 15 quilómetros da sede municipal do Golungo Alto, com a participação de produtores locais e de outras províncias.
O acto foi testemunhado pelo governador da província, Adriano Mendes de Carvalho.
O secretário de Estado, João Cunha, em companhia do governador provincial e responsáveis do sector da agricultura, procederam a colheita de alguma quantidade do “bago vermelho”, que foi estendida no terreiro da referida fazenda.
O certame foi aproveitado pelos produtores e empresas do sector para a exposição de variedades de café produzidas na região e no país como o robusta ambriz, arábica, cazengo, robusta amboim e o cereja, além de outros produtos do campo.
O acto foi antecedido de uma mesa redonda, sobre “ O estado actual da cafeicultura no país, produção, comercialização, industrialização, financiamentos e exportação”, que ocorreu na quinta-feira e orientada por especialistas da área.
Na província do Cuanza Norte, o Instituto Nacional do Café (Inca) prevê a colheita de 600 toneladas, contra as 700 do ano anterior, num universo de mil e 200 produtores, dos quais 600 encontram-se no activo.
Dos produtores activos, 221 encontram-se na região de Golungo Alto e Ngonguembo.