Em Angola o futebol, de algum tempo a esta parte, deixou de pertencer aos jogadores, aos treinadores, aos clubes, associações províncias e de classe, que regra geral, representam os VHF’s,que no entanto, sentem-se cada vês mais desautorizados, verdadeiramente impotentes, perante o assalto, que nem é a mão armada, mas , em que se usam objectos contundentes, muita vezes letais e perigosíssimos.
Um novo aliado, o tal que devia fazer justiça, entrou em campo de batina para ajudar a arrasar, ajudar a dessimar o já tão pobre futebol, que como vemos, vai aqui a esquina e volta, normalmente, abatido, derrotado e desbotado.
O futebol angolano, entrou no jogo da aparência, do vale tudo, onde não há limites, onde a mão vai a bola na área propositadamente e não é penalty. O novo jogo, tem hora de começar, mas não tem hora de acabar, como antigamente nos trumunos de rua nos nossos bairros, onde pontificava o dono da bola.
Aqui o tal, traz a bola, escolhe o campo e a equipa, comprar e distribui os equipamentos, joga e orienta a equipa, bate todos os livres e nos cantos é ele quem ainda ir cabecear para o canto.
Mesmo que doente ou lesionado não aceita a substituição. Ele, o cabeçudo, dá tudo e mais algumas coisa para continuar a ser visto equipado porque com aquele equipamento é como um militar ou agente policial fardado.
Chega ao multibanco e tem prioridade, vai a uma instituição pagar ou tratar algo, nao cumpre a fila porque lhe é dada prioridade, e quando o chefe esta bem disposto ainda leva uns trocos bem gordas. É por isso que estar no poleiro vale a pena o esforço e quantas vezes até a pouca ou nenhuma vergonha na cara.
Então isso esta a fazer do futebol um palco doce, onde até quem é engenheiro saí da sua zona de conforto, abandona ás obras publicas ou privadas para vir ditar regras no futebol, porque entendem eles, que todos os Zés que aqui estão são boelitos, djedjes, que precisam duma lavagem cultural ou cerebral para lhes mostrar competência, quanto mais não seja, com vocábulos e discursos tão bem arrumados, só para distrair.
É assim que continuamos, qual informações dilatórias, qual que , a verdade é só uma, estamos a assistir o funeral do tão querido futebol que já não pertence aos que são do futebol, ele virou o menino açucarado que os pedófilos infiltrados no futebol querem e estão a usar e abusando a todo custo.
Esses estão, mas não são do futebol, porque os VHF’S não se posicionam assim, os VHF’S nasceram, cresceram e acrescentam, não chegam para usar e levar o que é comum.
O Futebol esta cada vez mais invadido por uma praga de insetos, que se multiplicam ao segundo e para os combater, se calhar, nem com inseticidas dos mais agressivos se conseguirá impedir a devastação.
Óooooo Futebol, levaram a tua honra , sequestraram o teu valor social, que tantas vezes nos animou lá no bairro e até nas grandes cidades.
Óoooo futebol , ficastes órgão porque assacinaram os teus progentores, eliminaram propósitos e enterraram vivos os teus sonhos.
Óoooo futebol, são poucos os que te querem como amigo, restam cada vez menos os que te querem dar a mão, andas nu e a tua companhia já não é referência.
Futebol é com muita dor que assistimos a sairés das viagens em 1º classe, em executiva ou até em económica para passares a bagagem levada no porão da aeronave que descola com destino ao infinito.
Futebol angolano, tenho saudades das nossas amadas manhãs, tardes e noites onde o suor do nosso amor corria pelos nossos corpos amados e caía sobre nossos desejos conjugados.
Até um dia futebol, espero que recuperes e voltarei para te dizer és um jogo e não, apenas uma bola para todos darem um pontapé como apetece.
Não são falácias nem somos falaciosos, há futebol quem te viu e quem te viu e quem te vê.