A organização não governamental Centro de Integridade Pública (CIP) sugeriu na segunda-feira que o governo deveria considerar o cancelamento do ano letivo para garantir a criação de condições para a reabertura segura das escolas.
“O governo deve avaliar um possível cancelamento do ano letivo de 2020, para que o segundo semestre possa ser usado para melhorar um retorno mais seguro em 2021”, diz uma nota da organização.
No início deste mês, o governo moçambicano anunciou que gastaria 3,5 bilhões de meticais na reorganização das escolas para sua reabertura em fases, em resposta aos riscos apresentados pelo Covid-19.
“Este montante será gasto na reabilitação e substituição de sistemas de abastecimento de água e saneamento em escolas, internatos e centros de treinamento”, anunciou o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, após uma sessão do Conselho de Ministros em Maputo.
O CIP sugere que o governo elabore um plano detalhado para intervenções mais profundas nas escolas, alertando que a atual estrutura do sistema educacional não garante que a reabilitação e a substituição das infraestruturas de água e saneamento sejam suficientes para evitar a contaminação em massa. O CIP é de opinião que é necessário retornar às aulas presenciais e à vida normal, mas esse retorno não deve ser à custa do maior valor que um ser humano pode ter – a vida”, a ONG desejos.
A reabertura de escolas, que, em estado de emergência, foi fechada desde 1º de abril, estava marcada para 27 de julho, mas o chefe de estado moçambicano Filipe Nyusi voltou atrás na semana passada, dizendo que as escolas no país fecharão até que as condições higiênicas sejam Assured.
O sistema de ensino público de Moçambique possui um total de 13.337 escolas primárias e 677 secundárias, segundo dados oficiais.
Desde o anúncio do primeiro caso de Covid-19 em Moçambique em 22 de março, o país teve um total de 1.536 infecções, com 11 mortes e 506 recuperações, conforme relatório do Ministério da Saúde terça-feira (21 de julho).
A pandemia de Covid-19 já matou mais de 601.000 vidas e infectou mais de 14,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, de acordo com um relatório da agência de imprensa francesa da AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro em Wuhan, uma cidade no centro da China.