Martin Fregene considera o PLANAGRÃO como um plano ambicioso ao qual o banco quer apoiar, incluindo também na criação de mercado para a produção de seis milhões de toneladas de alimentos.
“Angola é um país maravilhoso e acreditamos no plano do governo em diversificar a economia do petróleo para agricultura. É o caminho certo para o sucesso e o país tem condições para materializar esse desiderato”, observou o chefe da missão do BAD, depois de ser recebido em audiência pelo ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, segundo uma nota de imprensa do Ministério da Economia e Planeamento, a que a TV Belas teve acesso.
Na ocasião, o ministro da Economia e Planeamento contextualizou que, desde 2017 que o país mudou o seu paradigma produtivo sem desinvestir no petróleo, “o Executivo apostou na diversificação da economia com a cadeia do agronegócio no topo das prioridades”.
Explicou tratar-se de um processo que começou com a implementação do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), acompanhado pelo Projecto de Apoio ao Crédito (PAC), e o Aviso 10 do Banco Nacional de Angola, instrumentos que permitiram o financiamento de mais de dois mil projectos agro-pecuários, da indústria transformadora e do comércio e distribuição.
“O Governo está a investir mais e a grande aposta agora vai para o PLANAGRÃO que terá um forte impacto sobre o PLANAPESCA e PLANAPECUÁRIA, com o aumento da capacidade de produção da indústria da ração animal”, reforçou.
Segundo o Banco Africano de Desenvolvimento, parques agro-industriais podem ser uma das apostas, uma vez que diminuem os custos das transacções dos promotores das unidades que se venham a instalar nestes espaços.
Além do chefe da missão, participaram do encontro os directores Regional do Sector Agrícola, Neeraj Vij, de Divisão de Agricultura e Agroindústria, Damien Ihedioha, a Oficial Principal de Programas do BAD, em Angola, Yolanda Arcelina, Especialista Principal, Ezedinma Ikechuku e a Consultora Principal, Maria Dengo.
O Plano Nacional de Fomento da Produção de Grãos prevê um investimento médio anual de cerca de 670 milhões de dólares para a produção de trigo, arroz, soja e milho, e cerca de 471 milhões dólares anualmente para a construção e reabilitação de infra-estruturas de apoio ao sector produtivo e social.
Para a materialização do projecto serão mobilizados fundos públicos e privados, dos quais o Estado investirá, num período de cinco anos, o valor de 1.178 mil milhões de kwanzas em infra-estruturas, que incluem a demarcação de dois milhões de hectares, loteamento e vias de acesso para as zonas de produção.