O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou, em entrevista à Associated Press (AP) este domingo, que não é possível retirar civis da cidade, em caso de invasão russa, porque “todos os caminhos estão bloqueados”.
“Não podemos fazer isso [retirar civis] porque todos os caminhos estão bloqueados”, disse. “Neste momento a cidade está cercada.”
Segundo o próprio, nove civis – incluindo uma criança – morreram em Kiev, nos confrontos entre as tropas russas e as tropas ucranianas.
Sobre o recolher obrigatório, em vigor entre as 17h e as 8h, em que qualquer pessoa que esteja na rua durante esse horário será considerada como “inimigo”, Klitschko justificou que estão “a caçar estas pessoas [soldados russos] e que “será muito mais fácil se ninguém estiver na rua”, acrescentando que seis “sabotadores” russos foram mortos na noite de ontem.
Considerando que o avanço das tropas russas na cidade está a ser muito mais lento do que os especialistas militares alertaram, o autarca destaca o “caráter, conhecimento e valores” do povo ucraniano. Contudo, apesar de a cidade ter distribuído armas aos cidadãos, existem algumas preocupações, tais como armar civis nervosos com pouca experiência ou “sabotadores” russos disfarçados de polícias ou jornalistas ucranianos.
“Para ser honesto, não temos 100% de controlo”, disse. “Construímos esta defesa territorial em pouco tempo – mas são pessoas patriotas.”
“Neste momento, a questão mais importante é defender o nosso país”, frisou.
Questionado sobre a capacidade da cidade em reabastecer os bens alimentares e medicamentos, Klitscho alertou que Kiev está “na fronteira de uma catástrofe humanitária”.
“Neste momento, temos eletricidade, agora temos água e aquecimento nas nossas casas. Mas as infraestruturas estão destruídas para entregar alimentos e medicamentos”, revelou.
E deixou um apelo: “É por isso que a mensagem para todos é: apoiem e Ucrânia juntos… Somos fortes. Qualquer ucraniano tem orgulho de ser independente, orgulho de ser ucraniano e temos orgulho em ter o nosso próprio país”.