PRESIDENTE ELEITO DO QUÉNIA “ESTENDE UMA MÃO FRATERNA” AOS SEUS OPOSITORES

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O Presidente eleito do Quénia, William Ruto, estendeu hoje “uma mão fraterna” aos seus opositores, sublinhando que não são inimigos, no seu primeiro discurso depois de o Supremo Tribunal ter validado a sua eleição.
“Estendo uma mão fraterna a todos os meus concorrentes e a todos os seus apoiantes. Nós não somos inimigos, somos quenianos. Unamo-nos para fazer do Quénia um país a que todos se orgulharão de chamar casa”, afirmou Ruto, num discurso proferido na sua residência em Karen, um subúrbio de Nairobi, a capital queniana.
William Ruto saudou ainda a decisão do Supremo Tribunal do país, que hoje validou a sua vitória nas eleições de 9 de agosto, considerando que a “decisão unânime” da mais alta instância judicial do país confirma a “escolha do povo queniano”.

Esta é uma decisão unânime. Os recursos são rejeitados pela presente. Em consequência, declaramos o primeiro respondente (William Ruto) eleito Presidente”, disse a juíza presidente do Supremo Tribunal queniano, Martha Koome.

Nos termos da Constituição do país, Ruto deve prestar juramento no próximo dia 13 de setembro e tornar-se, aos 55 anos, o quinto Presidente do Quénia desde a independência do país, em 1963.

Ruto e Odinga prometeram nos últimos dias respeitar a decisão do mais alto tribunal queniano, reputado como independente.

O vice-presidente em exercício, William Ruto, foi declarado vencedor de uma das eleições mais renhidas da história do Quénia no passado dia 15 de agosto, com uma vantagem de cerca de 233.000 votos (50,49% contra 48,85%) sobre Raila Odinga, com 77 anos.

Raila Odoinga contestou os resultados eleitoraisRaila Odoinga contestou os resultados eleitorais

Quinta derrota de Odinga

Para Odinga, a decisão hoje anunciada pelo Supremo confirma a sua quinta derrota no mesmo número de candidaturas presidenciais.

Esta figura histórica da oposição, apoiada este ano pelo Presidente cessante, Uhuru Kenyatta, e pelo seu poderoso partido, contestou os resultados nas últimas três eleições presidenciais em que concorreu, e em 2017 viu o tribunal dar-lhe razão, garantindo a sua anulação, algo que aconteceu pela primeira vez em África.

Desta vez, Odinga caracterizou a nova batalha jurídica como “uma luta pela democracia e boa governação” contra os “cartéis da corrupção”.

As presidenciais quenianas decorreram pacificamente em 09 de agosto, mas o anúncio dos resultados foi caótico, com quatro dos sete membros da comissão eleitoral (IEBC, na sigla em inglês) a distanciaram-se dos resultados, acusando o líder do organismo, Wafula Chebukati, de estar envolvido num processo “opaco”.

O anúncio da eleição de Ruto desencadeou, então, a contestação entre os apoiantes de Odinga. As eleições no Quénia têm sido fonte de violência por várias vezes, a mais mortal das quais, em 2007, fez mais de 1.100 mortos e centenas de milhares de deslocados internos.

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