Tenho bastante para dizer e vou ser um pouco longo, porque a roupa suja ultrapassou o normal.
Já bastante criticado, o defeso da última época para a presente temporada 2023/2024, vai esticar um pouco mais o elástico e qual parto pré termo, poderá ver gerar o próximo Girabola apenas em finais de Outubro ou início de Novembro.
“Truncados” por um cadeado judicial que complicou a desorganização da principal competição desportiva de futebol, a FAF viu-se encarcerada no colete de forças entre o Conselho de Disciplina e o Juridicional (internos) e o Tribunal da Comarca de Luanda (externo) que talvez e apenas a frescura do Chefe poderá socorrer o imbróglio e evitar os CAFES e FIFAS sempre mais temidos.
No movimento falso e vergonhoso a caranguejo, a tal ponto do Girabola estar já na terceira data marcada para o pontapé de saida e nada!
Depois de alguns “abortos espontâneos”, lá a temporada arrancou forçada no passado sábado 07.10, com a disputa da Supertaça; no entanto encerrada com nódoas (para não variar), com uma polémica arbitragem e uma vitória de 1-0 com golo de pênalti e mais uma conquista maculada para o Petro de Luanda ante a Académica do Lobito (homóloga), ambos samaritanos da odisseia de corrupção, cuja procissão percorre a pé quilómetros ainda em busca dos pecadores “tramagalmente” denunciados publicamente e com sentença pública “fariástica” passada mas suspensa por 30 dias por uma instância que gosta de teatro.
Chamados “ao céu raimundário”, uns confessaram outros rebelaram-se e o caldo entornou, estando tudo a espera do milagre misericordioso do deus rubro negro, enquanto os clubes pagam salários, gastam outros recursos com a logística diária e o campeonato em banho arturiano, enquanto três embaixadores nas Afrotaças salgam o conduto sem sal iodisado do Areias, ainda assim três chegaram a montra CAFISTA graças aos esforçados sobreviventes VHFs remanescentes.
No meio da fantasia de clubes com C maiúsculo, ditos ou feitos profissionais no pau da cobra, soltam -se peças de um amadorismo agudo, ao qual se arrola uma Federação-FAF, que não faz nem deixa fazer no limite necessário, enquanto enrola aos empuroēs uma sonhadora Liga de clubes sem pernas e quase oficializa mais um homicídio voluntário da nossa prova rainha, também baptizada como a “ÓPIO DO POVO”.
Diante de tanta treta, razões e verdades disputadas fora das quatro linhas, nos gabinetes sem VHFs, o futebol continua sacrificado por gentes demasiadamente ambiciosas que não se importam de engravidar filhas e mulheres alheias, não se importando em não reconhecer os frutos destas relações indesejadas, tudo porque o que vale é a troca de status lucrativa que deveria sim ser para quem serve e vive do futebol absolutamente.
Numa semana de lágrimas pela perda de dois barões do futebol e do desporto, nomeadamente Hermínio Escórcio e Rui Araújo que tanta honra e glória deram, mas sem merecerem uma despedida mínina de quem manda no futebol, ficou apenas a consternação e a certeza de estarmos cada vez mais próximos do túmulo do rei que vai nú.
Benguela testemunhou “quem marcou golo de placa” e que cometeu penalty com direito a expulsão no Adeus a última morada ao ilustre soberano campeão que deu tudo o que tinha e o que não tinha pelo seu 1°. de Maio.
Senhoras e senhores que podem intervir com autoridade ou acordam de olhos abertos ou esses detergentes feitos dirigentes aventureiros inconscientes que a troco de míseros 500 mil kwanzas, entregaram o voto a falaciosos paraquedistas e eis que há mais de 6 anos sepultaram o nosso querido futebol num caixão preto carregado de pecados, truques e traições, qual Sansão e Dalila… só falta mesmo o edifício ruir com estrondo!
Reflexão no meu Facebook e autorizado a publicar no site e demais canais da TV Belas António Rodrigues.
jornalista