Os elementos das equipas de resgate entoam cânticos de ânimo e depois de júbilo ao conseguir retirar um homem com vida, de um buraco lamacento, no distrito de Chamoli, no estado indiano de Uttarakhand, onde, este domingo de manhã, o colapso de um glaciar destruiu duas barragens e criou uma enxurrada de água e lama.
As forças policiais, militares, de proteção civil e os populares estão a reunir esforços para encontrar sobreviventes, numa altura em que se contam mais 200 desaparecidos. Já foram recuperados, pelo menos, 19 cadáveres e resgatadas com vida 15 pessoas.
“Cerca de 202 pessoas estão dadas como desaparecidas, até ao momento, depois do incidente de ontem, e foram recuperados 19 cadáveres de diferentes locais”, indicou a polícia de Uttarakhand, esta segunda-feira.
O desastre foi provocado pela derrocada do glaciar Nanda Devi, no norte dos Himalaias, criando uma avalanche de água e rochas, que desceu a montanha, arrasando o que se encontrava no caminho.
A maior parte das pessoas desaparecidas estavam a trabalhar na central hidroelétrica de Rishigana, no rio Rishiganga, a primeira sobre a qual a enxurrada se abateu, e que ficou completamente destruída. A central hidroelétrica de Dhauliganga ficou seriamente danificada.
Esta segunda-feira, os esforços de busca e resgate continuam concentrados num túnel de 2,5 quilómetros, onde se acredita estarem trabalhadores encurralados.
Um porta-voz da guarda de fronteira indo-tibetana, Vivek Pandey, indicou que não houve, ainda, nenhum contacto por voz com ninguém no túnel. Ontem, domingo, foram resgatadas 12 pessoas deste local.
Em 2013, milhares de pessoas morreram neste mesmo estado indiano, por causa da queda de fortes chuvas, que provocaram deslizamentos de terras e enxurradas. Na altura, cerca de 7 mil pessoas morreram (ou foram dadas como desaparecidas).
