Em entrevista colectiva concedida hoje, quinta-feira, aos órgãos de comunicação social públicos e privados, o Presidente João Lourenço refutou as acusações segundo as quais a justiça está a ser selectiva.
“Não temos a intenção de esconder nada. Ao contrário de que algumas opiniões avançam que a justiça está a ser selectiva”, referiu. “A justiça está a bater a porta daqueles com relação aos quais entende que há presunção de haver crime, até prova em contrário”, vincou.
O Chefe de Estado reafirmou a determinação do Executivo no combate à corrupção, independentemente dos visados.
Lembrou que, há anos, era impensável admitir que alguém pudesse sentar nas barras dos tribunais, sobretudo no Tribunal Supremo.
Notou que tal facto só demonstra que a justiça e os tribunais, em particular, têm mais independência, mais liberdade de acção “porque senão continuariam amordaçados pelo poder político”.
Segundo o Titular do Poder Executivo, ali onde há crime a nossa justiça tem tido a liberdade de actuar, exemplificando o “Caso Lussaty”, em que havia a suspeição de envolvimento de figuras da Casa Militar do Presidente da República.
“Nunca ninguém pensou que o poder político deixasse que a justiça avançasse com este caso. Este caso não está esquecido não está congelado e virá a público em breve”, assegurou.
O major Pedro Lussati, afecto à Casa de Segurança do Presidente da República, é tido como o cabecilha do grupo que está detido desde Junho passado, depois de ter sido encontrado na posse de milhões de dólares, euros e kwanzas guardados em malas, caixotes e viaturas.