Covid-19: Reinfeções são raras, mas podem aumentar risco de transmissã

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Ficar infetado duas vezes com o vírus SARSCoV-2, responsável pela doença Covid-19, é raro, mas segundo um novo estudo realizado por profissionais de saúde do Reino Unido, estas reinfeções estão também associadas a um risco elevado de transmissão.

O estudo – pré-publicado no medRxiv a 14 de janeiro e citado pela Nature – contou com com mais de 20.000 profissionais de saúde no Reino Unido e concluiu que as respostas imunológicas de infeções anteriores reduzem o risco de contrair o vírus novamente em 83% durante, pelo menos, cinco meses.

Em 2020, relatos de reinfeções abalaram a confiança na capacidade no sistema imunitário de manter as suas defesas contra o vírus. Os resultados provisórios do estudo, chamado SIREN, vêm oferecer alguma tranquilidade, disse Susan Hopkins, consultora médica da Public Health England e líder do estudo, em conferência de imprensa. Os dados sugerem que a imunidade natural pode ser tão eficaz quanto a vacinação, acrescentou, pelo menos durante o período de cinco meses que o estudo cobriu até agora.

Ainda que pouco comuns, os investigadores alertam que as pessoas reinfetadas podem carregar altos níveis do vírus no nariz e na garganta, mesmo quando não apresentam sintomas. Essas cargas virais têm sido associadas a um risco elevado de transmissão do vírus a outras pessoas, disse Hopkins.

O SIREN é o maior estudo de reinfeção por coronavírus que rastreia sistematicamente infeções assintomáticas, explicou a investigadora. Os participantes foram submetidos a exames de sangue para anticorpos SARSCoV-2 e testes de PCR para o vírus a cada duas a quatro semanas. Ao longo dos cinco meses, a equipa encontrou 44 possíveis reinfeções. No grupo de 14.000 participantes que não haviam sido infetados anteriormente, 318 pessoas testaram positivo para o vírus.

Alguns dos casos de reinfeção ainda estão a ser avaliados. Todos os 44 casos são considerados ‘possíveis’ reinfeções e foram classificados com base em testes de PCR combinados com medidas de triagem tomadas para reduzir o risco de re-deteção do vírus desde a infeção inicial. Até agora, apenas dois desses 44 casos passaram em testes mais rigorosos.

De momento, a equipa não tem dados suficientes para descobrir quem pode estar em maior risco de reinfeção. E o imunologista George Kassiotis, do Crick Institute, em Londres, observa que os participantes do estudo eram principalmente mulheres e bastante jovens. “É improvável que este grupo experimente a forma mais grave de Covid-19”, diz ele, “e pode não ser representativo da população como um todo”.

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