Várias figuras angolanas dos diferentes sectores sociais foram distinguidas na nesta 5ª feira 03 de Junho, durante a gala do Prémio Palanca Negra Gigante, que promove anualmente o mérito dos profissionais no exercício das suas funções.
Apesar de ter sido silenciado na media em geral e sobretudo na desportiva, facto da actualidade é que o dirigente desportivo Norberto de Castro foi o distinguido como o melhor na respectiva classe, segundo a votação dos alunos universitários.
O prémio divulga a Palanca Negra Gigante enquanto símbolo nacional, ao mesmo tempo que elege os melhores. A escolha é feita por estudantes universitários inscritos nas distintas instituições do ensino superior existentes em Angola, por meio de mensagens nas redes sociais.
Sabe-se que consoantes ás preferências outro premiado estaria neste momento a preencher ás manchetes e noticiários nos diversos segmentos de informação, mas tratando-se de um homem dedicado, não bajulador, tão pouco “entregador” de envelopes para preencher parangonas, a notícia não mereceu destaque.
Convêm referir que são os alunos universitários quem votam de livre e sã consciência, se tivermos em linha de conta que o ensino superior tem uma franja que atinge os 350 mil estudantes, embora nem todos votem, certo é que a classe representa um universo considerável, e mais estamos em presença de um público alvo que representa conhecimento, futuro e prespectiva de desenvolvimento, independentemente das debilidades que se reconhecem no nosso ensino de forma geral e no superior de forma particular.
Norberto de Castro, além de antigo futebolista do Inter e Sonangol do Namíbe foi em 2001 vice Presidente para o futebol do Progresso do Sambizanga, em 2016 foi eleito vice-presidente para o futebol jovem da Federação Angolana de Futebol (FAF), mas meses depois da tomada de posse demitiu-se do elenco liderado por Artur Almeida e Silva, tendo endereçado uma carta à mesa da assembleia e a direcção do órgão que rege a modalidade no país, dizendo que não se revia naquele elenco e que estava a ser marginalizado.
Em 2020, impulsionado por grande parte da família e associados do futebol o proprietário do complexo desportivo e escolar Norberto de Castro que construiu e suporta até agora com fundos próprios disse sim a proposta de vários clubes e associações, tornando-se candidato a presidência da FAF.
Após entrega do “dossier”, o candidato da situação e presidente cessante decidiu impugnar alegando irregularidades, facto que levou a comissão Eleitoral a declarar inelegível a vontade de Norberto de Castro.
Apesar do “chumbo”, o candidato entrou também com um pedido de impugnação contra a lista de Artur de Almeida, pelo facto de constar do seu elenco o candidato a vogal Bernardo Suca, que havia sido condenado a quatro anos de cadeia efectiva por crime de peculato no exercício das suas funções, enquanto sobre o presidente cessante, pesa também uma condenação por crime de furto doméstico em 2015.
Entretanto ás eleições foram realizadas e a comissão eleitoral não autorizou que Norberto de Castro participasse do pleito, tendo sido declarado vencedor o concorrente da lista B Artur de Almeida e Silva com 70 votos a favor batendo na concorrência Fernando da Trindade Jordão (lista A – 59 votos), António Gomes (C – 28 votos) e José Alberto Macaia (D – 8 votos).
Pouco tempo depois o Tribunal Provincial de Luanda (TPL), com base na Lei e na Providência Cautelar de Norberto de Castro, entendeu suspender a tomada de posse dos órgãos e seus membros da Federação Angolana de Futebol (FAF), cujo sufrágio eleitoral acontecera a 14 de Novembro último, situação que prevalece até esta data, aguardando-se por nova decisão do tribunal.
A família do futebol estará reunida em assembleia que esteve marcada para 5 de Junho, agora adiada para 19 do corrente mês. Recordar que a ideia da realização de uma Assembleia Geral Extraordinária na Federação Angolana de Futebol (FAF) foi inicialmente rejeitada nesta pelo presidente da mesa da Assembleia da instituição, Mota Liz.
A propósito da situação, 13 associações provinciais solicitaram a realização do encontro magno enquanto se aguarda pela realização de novas eleições, ao que Mota Liz referiu em resposta ser a resolução do caso de estrita responsabilidade do Tribunal da capital.
Após insistência das associações a mesa da assembleia aceitou realizar ás eleições com uma ordem de trabalho determinada pelos associados e que vai decorrer no anfitriato do Real Plaza Hotel.