MORATA PASSA DE HERÓI A VILÃO: ITÁLIA ELIMINA ESPANHA NOS PENÁLTIS E ESTÁ NA FINAL DO EURO 2020

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Foi preciso recorrer às grandes penalidades para encontrar o primeiro finalista do Euro2020. Da marca dos 9,15 metros, a Itália vingou a derrota sofrida na final do Euro2012 frente a Espanha e afastou os Ibéricos.
Depois de 1-1 nos 120 minutos, o jogo foi decidido nos penáltis: a Espanha falhou por Dani Olmo e Morata, a Itália por Locatelli. Os italianos venceram por 4-3 nos penáltis e vão defrontar o vencedor do Dinamarca-Inglaterra na final, marcada para domingo, em Wembley.
Duelo de candidatos num reencontro com a história
Em campo, duas das mais fortes seleções europeias: a Itália, quatro vezes campeã mundial (1934, 1938, 1982 e 2006) e uma europeia (1968), e a Espanha uma vez campeã mundial (2010) e três vezes europeia (1964, 2008 e 2012). No frente-a-frente entre as duas seleções existia uma igualdade em 35 jogos, com 10 vitórias para cada uma e 15 empates, com os últimos duelos a datarem de 2016 e 2017, na fase de apuramento para o Mundial2018. Este é o jogo mais jogado da história dos europeus de futebol (sete jogos entre italianos e espanhóis).
No duelo mais esperado das meias-finais, o selecionador espanhol Luis Enrique surpreendeu o seu colega Roberto Mancini ao atuar sem uma referência no ataque, tal como a Espanha fez quando venceu o Euro2012… frente a Itália. Daniel Olmo era o ‘falso 9’ na seleção espanhola, algo que retirava referência aos centrais italianos e permitia à La Roja igualar a linha de três do meio-campo italiano, onde se viu uma luta entre Jorginho, Verratti e Barella, contra Busquets, Koke e Pedri.
Luis Enrique deixou ainda Morata no banco e também não pode contar com o lesionado Sarabia. Além de Morata e Sarabia, o selecionador espanhol deixou Pau Torres no banco e lançou Èric García, Dani Olmo e Oyarzabal. No lado italiano, o lesionado Leonardo Spinazzola foi substituído no onze por Emerson, lateral esquerdo italo-brasileiro.
Além de um lugar na final, a Itália queria manter a sua invencibilidade a nível internacional: 32 jogos sem perder (última derrota foi contra Portugal, em 2018, para a Liga das Nações).
No regresso após o intervalo em que as equipas não sairam o O-0, a Espanha voltou melhor e teve Busquets a dar o primeiro sinal num remate de fora da área que falhou o alvo por pouco.
Depois é Oyarzabal a rematar forte, para defesa segura de Donnarumma. No lance vai nascer o golo da Itália, aos 60 minutos: o guardião soltou rápido para Jorginho que meteu na frente em Chiesa, este meteu em Immobile que estava entre os centrais espanhóis. Laporte ainda fez um corte, mas a bola foi ter com Chiesa que recebeu, fletiu para o meio e rematou colocado, com Unai Simon a ficar pregado no relvado.
Morata, que tinha entrado com muita vontade, empatou o encontro aos 80 minutos, após bela combinação com Dani Olmo. O avançado da Juventus, recebeu de pé direito e rematou colocado de pé esquerdo, enganando Donnarumma, mas, até aos 90 minutos, não se viu mais golos em Wembley.
Seguiu-se o terceiro prolongamento consecutivo para a Espanha. No primeiro tempo do prolongamento, esteve melhor a Espanha, que quase fazia o 2-1 num livre de Olmo que Donnarumma defendeu para a frente, aos 98.
Depois de muitos ressaltos, a bola saiu para a linha de fundo. Respondeu a Itália na segunda parte do tempo extra e Berardi até chegou a colocar a bola no fundo das redes de Unai Simon, mas estava em posição irregular.
Foi preciso recorrer ao tempo extra e aí a vantagem era italiana já que a Espanha tinha estado no prolongamento nos oitavos de final frente a Croácia e nos ‘quartos’ ante a Suíça. Na teoria, seria a Espanha a sentir mais o cansaço.
Sem golos nos 30 minutos, o jogo teve de ser decidido a partir da marca de grandes penalidades, a segunda consecutiva para a Espanha (eliminou a Suíça com 5-3 nos quartos de final).  Da marca dos 9,15 metros, falharam Dani Olmo e Morata pela Espanha e Locatelli pela Itália.
Os italianos, campeões em 1968 e ‘vices’ em 2000 e 2012, venceram por 4-2 nos penáltis e vão defrontar o vencedor do embate de quarta-feira entre Inglaterra, que nunca chegou a uma final, e Dinamarca, campeã europeia em 1992.

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