As emoções estiveram altas na quarta ronda do ano da MotoGP. O Grande Prémio de Espanha no circuito Jerez Ángel Nieto terminou de forma inesperada para quem viu as primeiras voltas e depois pensava que o resultado estava feito. Mas com 27 voltas para cumprir, cada corrida de MotoGP é discutida até ao fim. E Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) descobriu isso da pior forma!
O francês, até agora líder do mundial e homem da “pole position” em Jerez, até nem fez um bom arranque quando os semáforos se apagaram dando início à quarta corrida de MotoGP do ano.
Mas Quartararo sabia que o seu ritmo de corrida era o melhor dos principais pilotos e candidatos à vitória, e por isso não se atemorizou com a perda de posições na primeira volta. O líder de MotoGP encetou então uma recuperação que o levou de 4º a 1º em pouco tempo.
A partir do momento em que atingiu a liderança, Fabio Quartararo começou a fazer voltas rápidas em sucessão, e foi com naturalidade que abriu uma vantagem de cerca de 1,5 segundos para Miller, com Bagnaia e Morbidelli a terem de aguentar a pressão de Aleix Espargaró (Aprilia Gresini) e com Takaaki Nakagami (LCR Honda Idemitsu) logo atrás.
A liderança de Quartararo manteve-se relativamente estável até à entrada das dez voltas finais. A partir daí o piloto da Yamaha apresentou uma quebra acentuada no ritmo por volta.
Inicialmente parecia ser algum problema com a M1, ou até mesmo com os pneus Michelin, mas Quartararo chegou ao fim da corrida e confirmou que a perda de posições se ficou a dever ao famoso e temido “arm pump”, que o deixou sem força nos braços e portanto não conseguia acelerar ou travar.
Em pouco mais de uma volta Jack Miller conseguiu passar para a liderança e fugir para a vitória, a sua primeira desde Assen em 2016. O australiano, sempre emotivo e irreverente (chegou mesmo a arrotar na cerimónia do pódio!), nunca mais olhou para trás e não chegou a perceber que Fabio Quartararo foi, literalmente, engolido pelo pelotão de MotoGP nas últimas voltas.
O jovem francês, apesar do esforço para se defender até final, foi impotente para impedir a passagem dos restantes pilotos que estavam perto de si. Viria a terminar na 13ª posição, e viu a sua liderança desaparecer, com Francesco Bagnaia, que entretanto subiu e cruzou a linha de meta em segundo, a tornar-se no novo líder da classificação de MotoGP.
A acompanhar os dois pilotos Ducati no pódio terminou Franco Morbidelli. O italiano, que cresceu com Bagnaia na VR46 Academy, mostrou toda a sua frustração pela Yamaha e pela sua equipa Petronas não lhe darem uma moto mais evoluída, e assim que cruzou a meta na 3ª posição, não escondeu aquilo que sente festejando de forma bastante elucidativa.
Quanto à classificação da categoria rainha agora que se realizaram as primeiras quatro corridas, temos Francesco Bagnaia e a Ducati no topo. O italiano tem 66 pontos e passa Fabio Quartararo que agora é segundo com 64. Maverick Viñales é o terceiro classificado com 50 pontos, enquanto Miguel Oliveira adicionou mais cinco pontos ao seu total, e tem agora um total de 9 pontos.
Dentro de duas semanas teremos a quinta ronda do ano, o Grande Prémio de França. Será no circuito de Magny Cours que voltaremos a ver os melhores pilotos do mundo em duas rodas a lutarem pelos melhores lugares.