As relações entre a Rússia e o Ocidente continuam a deteriorar-se nos últimos anos e estão no nível mais baixo desde o fim da Guerra Fria, após o envenenamento seguido da detenção do opositor russo Alexei Navalny, que levaram a novas tensões e sanções.
“Estamos a enfrentar uma chamada política de contenção da Rússia”, afirmou Putin, usando o termo associado à política externa norte-americana que visava lutar contra a influência soviética.
“Não se trata apenas de uma questão de concorrência normal nas relações internacionais, mas de uma linha coerente e agressiva destinada a interromper o nosso desenvolvimento, a desacelerá-lo”, prosseguiu, antes do congresso anual do FSB, organização que sucedeu ao KGB e que Putin que já dirigiu.
Segundo o Presidente russo, o Ocidente está a tentar “acorrentar (a Rússia) com sanções económicas”, minando a sua estabilidade e valores para “enfraquecer” o país e “controlá-lo desde o exterior”.
Estas declarações chegam num momento em que o Ocidente e a Rússia estão novamente em desacordo sobre o caso de Navalny.
Na segunda-feira, a União Europeia anunciou a sanção de quatro altos funcionários russos envolvidos no processo judicial contra Navalny e na repressão aos seus apoiantes.
Vários países europeus também exigiram o fim da construção do gasoduto Nord Stream 2, que vai ligar a Rússia à Alemanha, e suscita a oposição dos Estados Unidos, mas os alemães mantêm a intenção de o concretizar.
Além do caso Navalny, a Rússia e o Ocidente entraram em confronto por muitas questões nos últimos anos, especialmente nos conflitos na Síria, Ucrânia e Líbia, acusando-se mutuamente de ingerência em assuntos internos.
Ainda hoje, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, também acusou “certos países ocidentais” de optarem por “uma abordagem coerciva” e de usarem “métodos ilegais de intimidação” contra a Rússia.