Os círculos eleitorais não estão fechados porque só ficam fechados com os resultados definitivos”, sublinhou o porta-voz da CNE. Antes, os represententes da UNITA na CNE tinham-se demarcado dos números já anunciados.
Depois de a UNITA dizer que não reconhece a vitória do MPLA e a reeleição de João Lourenço nas eleições de quarta-feira em Angola, a Comissão Nacional Eleitoral admitiu que “é sempre possível” que os resultados finais definitivos não correspondam aos já anunciados – resultados provisórios com base no escrutínio de 97,03% dos votos. As declarações do porta-voz da CNE surgem horas depois de os membros da UNITA que integram a Comissão se terem demarcado dos resultados já anunciados.
“É sempre possível, em função da magnitude do número de votos reclamados, possam ocorrer algumas alterações na tabela”, admitiu o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, numa conferência de imprensa este sábado. O porta-voz notou que “os círculos eleitorais não estão fechados porque só ficam fechados com os resultados definitivos”: os termos são vagos mas o tom denota diferenças em relação à linguagem habitual dos responsáveis da CNE, sempre muito peremptórios. Garante, no entanto, que “ainda não tem nenhuma reclamação formal de algum concorrente em relação aos resultados”.
“Demarcamo-nos de todos os actos que visam subverter o direito e a lei e que comprometem a seriedade do processo eleitoral e colocam em risco a vontade soberana dos eleitores”, afirmou antes aos jornalistas em Luanda a comissária Maria Pascoal, representante do maior partido da oposição na CNE. Os membros da UNITA na CNE denunciam ainda “constantes violações da lei” que apontam à Comissão neste processo. Por tudo isto defendem que a CNE “deveria ter a noção exacta das suas responsabilidades e do papel que lhe reserva a Constituição”.