Na semana passada, a visita foi anulada à última hora por falta das autorizações necessárias, tendo agora as autoridades chinesas dado luz verde.
“Após discussões, a equipa de especialistas da OMS […] visitará a China a partir de 14 de janeiro para inspeções“, indicou a Comissão de Saúde da China, em comunicado, precisando que os peritos “conduzirão investigações conjuntas com cientistas chineses sobre as origens da Covid-19”.
Pequim não forneceu mais informações sobre o programa da visita, mas é esperado que os especialistas sejam colocados em quarentena à chegada ao país.
Na terça-feira, numa rara demonstração de tensões entre a OMS e o Governo chinês, o diretor daquela agência das Nações Unidas, Tedros Ghebreyesus, disse estar “muito dececionado” com os obstáculos colocados pelas autoridades chinesas à chegada dos especialistas, para uma missão que sofreu meses de atrasos e tem estado rodeada por secretismo de ambas as partes.
A missão é formada por especialistas ligados à OMS, à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e à Organização Mundial de Saúde Animal, tendo como principal objetivo viajar até Wuhan, onde foram notificados os primeiros casos de covid-19, no final de 2019.
Cientistas dos Estados Unidos, Japão, Rússia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Austrália, Vietname, Alemanha e Qatar farão ainda parte desta missão.
Equipas de especialistas da OMS já visitaram a China, em fevereiro e julho do ano passado, para investigar as origens do novo coronavírus, embora em ambas as ocasiões poucos pormenores tenham sido divulgados.
A visita é um assunto sensível para o Governo chinês, preocupado em afastar responsabilidades em relação à pandemia que já fez mais de 1,9 milhões de mortos em todo o mundo.
A aprovação de Pequim à realização da visita ocorre no mesmo dia em que se assinala um ano desde que a China anunciou a primeira morte no país por covid-19, a primeira fatalidade de que há registo devido a um então misterioso vírus.
O país acabaria no entanto por praticamente erradicar a doença do país.
Nas últimas 24 horas, a China identificou 103 casos de covid-19, o valor mais alto desde finais de julho.
O país somou, no total, 87.536 infetados desde o início da pandemia e 4.634 mortos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.926.570 mortos resultantes de mais de 89 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.