A inscrição desta capital do antigo Reino do Kongo encheu de orgulho a província, o país e a África que passaram a contar com mais um sítio reconhecido universalmente como bem excepcional, digno de ser valorizado e preservado para as futuras gerações.
Este feito representou, também, uma responsabilidade acrescida para as autoridades angolanas, que devem materializar uma série de recomendações da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) com vista a manutenção do estatuto.
Em entrevista hoje, quinta-feira à ANGOP, para falar dos preparativos em curso visando a assinalar a data, o administrador municipal de Mbanza Kongo, Manuel Nsiansoki Gomes, manifestou optimismo quanto ao cumprimento das tarefas emanadas pela UNESCO pelo Executivo angolano.
Ressalvou, entretanto, que nem tudo deve depender das estruturas centrais, por entender haver muitas outras tarefas que podem ser executadas pelas instâncias locais, pelo que pediu a contínua conjugação de esforços entre as autoridades e os munícipes.
Referiu-se, por exemplo, à preservação e conservação dos atributos históricos e culturais, assim como ao trabalho de divulgação e marketing das potencialidades culturais locais, visando a atracção de investimentos e consequente fomento do turismo científico.
Na sua opinião, o momento difícil da economia nacional, agravado pela pandemia da Covid-19, não permite dar passos na velocidade requerida.
Para assinalar o dia 8 de Julho, as autoridades locais elaboraram um programa de actividades, onde se destaca a realização do Festival Internacional da Cultura e as Artes Kongo (FESTIKONGO), edição 2021, adaptado às actuais limitações impostas pela pandemia da Covid-19.
A primeira edição realizou-se em Julho de 2019, sendo que a segunda, que seria no ano a seguir, sofreu adiamento por razões da Covid-19. O evento deveria ser promovido em três anos consecutivos, conforme recomendação da UNESCO.
Figuram também, entre as recomendações, a construção de um novo aeroporto para Mbanza Kongo, novo museu, a remoção de antenas metálicas de comunicações na zona classificada ou inscrita, reabilitação das 12 fontes de água que circundam a cidade, entre tantas outras.
Mbanza Kongo foi o centro político-administrativo do antigo Reino do Kongo.