Nova variante detetada no Reino Unido tem mutações preocupantes

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Uma nova variante do coronavírus foi detetada no Reino Unido com algumas mutações potencialmente problemáticas, avança a BBC esta segunda-feira.

De acordo com o relatório de um grupo de investigadores da Universidade de Edimburgo, já foram encontrados 38 casos desta nova variante, conhecida como B1525 – dois no País de Gales e 36 em Inglaterra – em amostras que datam de dezembro. Também já foi detetada em países como os Estados Unidos, Nigéria e Dinamarca.

A equipa de investigadores afirma que esta variante tem semelhanças com a variante de Kent, B117 (também conhecida como a variante ‘britânica’), e contém uma série de mutações preocupantes, incluindo a mutação E484K – presente em variantes identificadas na África do Sul e no Brasil – que faz com que o vírus consiga escapar com mais facilidade dos anticorpos neutralizantes produzidos pelo corpo, ou seja, a ‘fugir’ de algumas das defesas do sistema imunitário.

De acordo com a emissora britânica, especialistas do Reino Unido estão ainda a estudar o risco que esta nova estirpe representa.

O professor Ravi Gupta, da Universidade de Cambridge, afirmou que a B.1.525 parece ter “mutações significativas” já vistas em algumas das outras novas variantes, mas que isso é “parcialmente reconfortante porque podemos prever qual é o seu provável efeito”.

Já Yvonne Doyle, da direção-geral de Saúde de Inglaterra (Public Health England PHE), garantiu que “o PHE está a monitorizar os dados sobre as variantes emergentes muito de perto e, quando necessário, intervenções de saúde pública são realizadas, como testes extra e rastreio de contato aprimorado. Atualmente, não há evidências de que este conjunto de mutações cause doenças mais graves ou aumento da transmissibilidade”, salientou.

Como é que a nova variante pode afetar a eficácia das vacinas?

A grande preocupação é que o vírus esteja a mudar de forma a permitir que se transmita facilmente e escape das vacinas que já temos para combater a Covid-19, uma vez que estas foram criadas em torno de versões anteriores do SARS-CoV-2. Apesar disso, os cientistas acreditam na eficácia das propostas contra as novas variantes, ainda que em menor grau.

O professor Gupta e outros investigadores têm feito testes em laboratório e dizem que mutações como a E484K, mencionada anteriormente, representam uma ameaça às vacinas.

O especialista em epidemiologia da University College London, Andrew Hayward, afirma que “felizmente, não parece estar a transmitir-se mais rapidamente do que outras estirpes e ainda está em níveis muito, muito baixos”. Mas deixa um alerta: “com todas essas variantes, realmente precisamos de ‘ficar de olho’ porque não sabemos o que farão”.

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