O MINISTÉRIO DA SAÚDE ANUNCIOU, NESTA QUINTA-FEIRA, O REFORÇO DAS CAMPANHAS DE FUMIGAÇÃO PARA FAZER FACE AO AUMENTO DE CASOS DE MALÁRIA NO PAÍS, PARTICULARMENTE EM LUANDA.

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O anúncio foi feito pela titular da pasta, Sílvia Lutucuta, segundo a qual este reforço será feito no âmbito do Plano Nacional de Contingência e Combate à Malária.

De acordo com a governante, que falava em conferência de imprensa sobre o ponto de situação da doença, o plano inclui, em concreto, a distribuição de carrinhas de fumigação e tifas.

De igual modo, avançou, as autoridades contam reforçar a distribuição de mosquiteiros no país, onde se registou, nos últimos cinco meses, mais de dois milhões de casos de malária e cinco mil e 573 óbitos.

Sílvia Lutucuta lembrou que as autoridades do sector distribuíram grandes quantidades de mosquiteiros em 2019, muitos deles mal cuidados ou jogados fora pelas comunidades.

“Distribuímos grandes quantidades de mosquiteiros em 2019, mas serão distribuídos outros, no âmbito do Programa de Combate à Malária”, reforçou a governante, sem especificar números concretos em relação a estes novos meios de protecção contra os mosquitos.

A comunicação da ministra surgiu numa altura em que o país regista aumento significativo de casos de malária nas unidades hospitalares, públicas e privadas, principalmente as das províncias Luanda, Lunda Norte, Malanje, Huambo, Uíge, Benguela, Bié e Huíla.

Os dados avançados nesta quinta-feira dão conta do registo, nos últimos cinco meses, de uma taxa de mortalidade de 0,1 por cento entre os casos atendidos nas diferentes unidades sanitárias do país.

Em termos de casos positivos, Abril foi o mês mais crítico, face ao aumento de 322 mil e 717 doentes, embora tenha havido, no período em análise, o decréscimo de 102 óbitos.

“Há todo um trabalho conjunto e quando há crise temos todos que trabalhar no mesmo sentido”, declarou a ministra, que pediu maior colaboração da sociedade na prevenção e combate.

A governante encorajou as famílias a redobrarem os cuidados preventivos em casa, como cuidar convenientemente dos resíduos sólidos, evitar charcos de água ao redor das residências e retirar água paradas dos vasos de plantas, a fim de evitarem focos de mosquitos.

Ao explicar as razões do aumento de casos de malária, Sílvia Lutucuta disse que se deve, essencialmente, ao facto de o país, particularmente Luanda, ter recebido muita chuva.

Isto, fundamentou, gerou vários focos de concentração de mosquitos que continuam a reproduzir-se e a causar danos às famílias, principalmente às crianças e às gestantes.

A ministra reconheceu, na conferência de imprensa, que Angola enfrenta uma situação “crítica e desafiante” em relação à malária, sublinhando que as autoridades têm uma visão holística em relação ao combate à doença, olhando sempre pelos determinantes sociais da saúde.

Anunciou, por isso, que o Executivo vai continuar a fazer investimentos para minimizar o impacto do aumento de casos nas unidades hospitalares, sublinhando, no entanto, que o combate efectivo da doença vai exigir um “esforço multisectorial”.

Noutro domínio, informou que foram diagnosticados, nos últimos cinco meses, 249 casos de dengue, sem óbitos, dos quais 160 no Namibe, 43 em Luanda, 33 em Cabinda e 30 no Uíge, as mais afectadas.

Desvio de medicamentos

A ministra da Saúde advertiu que as autoridades vão adoptar “tolerância zero” contra os profissionais do sector envolvidos na venda ilegal e desvio de medicamentos.

Segundo a governante, os fármacos por eles desviados são comprados para servir os doentes nas unidades hospitalares, e não devem ter, jamais, outras finalidades.

A ministra apelou à colaboração de toda a sociedade na apresentação de denúncias públicas contra os profissionais que vendem ilegalmente e desviam medicamentos.

Sílvia Lutucuta afirmou que o Executivo tem vindo a fazer grandes investimentos nos hospitais e vai continuar a adoptar medidas para conferir melhor atendimento público.

Disse, a esse respeito, que estão a ser feitos muitos investimentos no âmbito do PIIM, com mais de 300 projectos, sublinhando, entretanto, que não vão conseguir resolver todos os problemas nas unidades hospitalares só com esse programa do Governo (PIIM).

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