PRESIDENTE ANGOLANO TESTEMUNHA INVESTIDURA DE LULA DA SILVA

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oão Lourenço, acompanhado da primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, juntou-se a outros Chefes de Estado e de Governos, convidados para a cerimónia, que teve início às 18h30 de Angola (14h30) de Brasília. 

Durante o cortejo, o novo Presidente do Brasil, Lula da Silva, o Vice-Presidente, Geraldo Alckmin, e respectivas esposas fizeram-se transportar, da Catedral para o Congresso Nacional (Parlamento), num carro descapotável.

No Congresso Nacional, Lula da Silva assumiu, pela terceira vez, a condição de Presidente da República Federativa do Brasil,  e na mesma ocasião também tomou posse o Vice-Presidente, Geraldo Alckmin.

No plenário da Câmara, o Presidente e o Vice-Presidente do Brasil receberam cumprimentos de senadores e deputados, bem como de alguns Chefes de Estado e de chefes de  Governo e convidados.

Presente no acto estiveram 60 delegações de vários países, sendo Angola uma delas.

Um Brasil de todos 

No discurso de posse, Lula da Silva comprometeu-se em tudo fazer para,  com o Vice-Presidente,  melhorar a condição de vida dos brasileiros.

“Hoje a nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução”, afirmou o novo Chefe de Estado.

Segundo o Presidente Lula da Silva, a partir de agora todos os esforços do seu Governo vão ser concentrados para reerguer “este edifício de direitos e valores nacionais”.

Disse ainda que o diagnóstico que recebeceu do Gabinete de Transição de Governo é estarrecedor. 

Afirmou que foram esvaziados os recursos da saúde, assim como os da educação, cultura, ciência e tecnólogia, além da destruição do meio ambiente. 

“Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública, para a protecção às florestas, a assistência social”, notou.

Ainda de acordo com o Presidente empossado, foi desorganizada a economia, os financiamentos públicos, o apoio às empresas, aos empreendedores e ao comércio externo. 

Diante do desastre orçamental, prosseguiu o Chefe de Estado, foi apresentado ao Congresso Nacional propostas que permitam apoiar a população que necessita do Estado para, simplesmente sobreviver.

Face à essa situação, prometeu retomar a política de valorização permanente do salário mínimo e acabar, mais uma vez, com o que chamou de “vergonhosa” fila do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

No seu discurso, Lula da Silva também prometeu mais diálogo entre o Governo, centrais sindicais e empresariais, sobre uma nova legislação trabalhista, bem como a liberdade de empreender.

Diálogo activo com as nações 

Outra aposta deste novo Governo brasileiro é a retomada da economia e da liderança no combate à crise ambiental.

O plano de Governo prevê a retomada da integração sul-americana, a partir do Mercosul, da revitalização da Unasul e demais instâncias de articulação soberana da região. 

Com esta base, Lula da Silva quer reconstruir o diálogo com os Estados Unidos, a Comunidade Europeia, a China, os países do Oriente e outros actores globais.

O novo Presidente do Brasil pretende, igualmente, contribuir para o fortalecemento dos BRICS, da cooperação com os países da África, rompendo o isolamento a que o país foi relegado.

“O Brasil tem de ser dono de si mesmo, dono de seu destino. Tem de voltar a ser um país soberano. Somos responsáveis pela maior parte da Amazônia e por vastos biomas, grandes aquíferos, jazidas de minérios, petróleo e fontes de energia limpa”, apontou. 

Com soberania e responsabilidade, o Presidente quer, de igual modo, compartilhar essa grandeza com a humanidade.

A relevância da eleição no Brasil refere-se, por fim, às ameaças que o modelo democrático tem vindo a enfrentar.

Apontou a existência do que considerou “uma onda de extremismo autoritário que dissemina o ódio e a mentira por meios tecnológicos que não se submetem a controlos transparentes”.

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